Meta do Brasil é reduzir emissão de gases em 43% até 2030, diz Dilma
Dilma
anuncia meta de redução de gases (foto: Timothy ª Clary/AFP)
A
presidente Dilma
Rousseff afirmou
neste domingo (27), na Cúpula da ONU
sobre
Desenvolvimento Sustentável, que o Brasil tem a meta de reduzir em
43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. O ano base,
segundo ela, é 2005. "Será
de 37% até a 2025 a contribuição do Brasil para a redução de
emissão de gases do efeito estufa e para 2030 a nossa ambição é
de redução de 43%", afirmou a presidente em discurso na sede
de ONU, em Nova York. Esta é a proposta que o Brasil deve levar para
a cúpula do clima de Paris, a COP 21, a ser realizada em dezembro.
Para
Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima, o
anúncio é uma indicação positiva, mas ainda com um grau de
ambição insuficiente. "Se comparar com outros países que são
grandes emissores, o Brasil é um dos que está se propondo a fazer
mais. Mas se comparar com o que o país tem de potencial de redução
de emissões, com a nossa responsabilidade e com a urgência,
poderíamos ser mais ambiciosos", afirmou. Se as propostas dos
países para 2030 anunciadas até o momento forem concretizadas, o
planeta ainda deve chegar a um aquecimento entre 3ºC e 4ºC, segundo
estimativas. Para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC), o ideal seria de limitar o aquecimento global a 2ºC.
A
proposta brasileira, apesar de ser melhor do que a dos outros grandes
emissores do mundo, não está em compasso com o que seria necessário
para atingir a meta proposta pelo IPCC. Para Rittl, o anúncio "ainda
não assegura que o Brasil esteja fazendo tudo o que pode para
limitar o aquecimento global a 2ºC e mostra que o país não está
explorando todo o potencial de redução de emissões com ganhos
econômicos, seja na restauração florestal, na agricultura de baixo
carbono e no investimento em energias renováveis".
Levando
em conta que o total de emissões em 2005 foi de 2,03 bilhões de
toneladas de CO2 equivalente, a meta representaria emitir 1,28
bilhões de toneladas em 2025 e 1,15 bilhões de toneladas em 2030.
Combate
ao desmatamento
A presidente também detalhou metas do país no combate ao desmatamento e no reflorestamento de áreas degradadas. "Até 2020, o Brasil pretende: primeiro, o fim do desmatamento ilegal no país. Segundo, a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares. Terceiro, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradas. Quarto, a integração de 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-floresta", disse a presidente.
A presidente também detalhou metas do país no combate ao desmatamento e no reflorestamento de áreas degradadas. "Até 2020, o Brasil pretende: primeiro, o fim do desmatamento ilegal no país. Segundo, a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares. Terceiro, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradas. Quarto, a integração de 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-floresta", disse a presidente.
Para
Rittl, limitar a meta ao fim do desmatamento ilegal é um ponto
preocupante do anúncio. "Significa que teremos que conviver com
esse crime ambiental por muito tempo. O Brasil é o único país no
mundo de renda média que convive com uma alta taxa de desmatamento e
com muita ilegalidade." Ele lembra que 15 estados brasileiros
que tem Mata Atlântica se comprometeram a zerar o desmatamento
ilegal em 2018, muito antes do que o governo federal se propõe a
fazer no âmbito nacional.
Durante
seu pronunciamento, a presidente enfatizou a importância da COP 21.
“A Conferência de Paris é uma oportunidade única de construirmos
uma resposta comum ao desafio global de mudanças do clima. O Brasil
tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gases de
efeito estufa sem comprometer nosso desenvolvimento econômico e
nossa inclusão social", afirmou Dilma, que fará o discurso de
abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta segunda-feira
(28).
Fontes
renováveis
No discurso, Dilma citou também metas do Brasil para a área de energia. Um dos objetivos, segundo ela, é estabelecer um limite de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética.
No discurso, Dilma citou também metas do Brasil para a área de energia. Um dos objetivos, segundo ela, é estabelecer um limite de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética.
"Na
área de energia, também temos objetivos ambiciosos. Primeiro, a
garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética
[...] Segundo, a participação de 66% da fonte hídrica na geração
de eletricidade. Terceiro, a participação de 23% das fontes
renováveis, eólica, solar e biomassa, na geração de energia
elétrica. Quarto, o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica.
Quinto, a participação de 16% de etanol carburante e demais fontes
derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética",
detalhou a presidente.
"As
adaptações necessárias frente à mudança do clima estão sendo
acompanhadas por transformações importantes nas áreas de uso da
terra e florestas, agropecuária, energia, padrões de produção e
consumo", continuou Dilma. "O Brasil assim contribui
decisivamente para que o mundo possa atender às recomendações do
painel de mudança do clima, que estabelece limite máximo de 2°C de
aumento de temperatura neste nosso século", concluiu a
presidente.
Hidrelétricas
Após o discurso, a presidente deu entrevista coletiva para explicar as metas do Brasil para o meio ambiente. Ao ser questionada sobre problemas na construção das hidrelétricas de Belo Monte e de entraves para o leilão da usina de São Luiz do Tapajós, que enfrenta resistência de povos indígena, Dilma disse que o Brasil não está pronto "ainda" para abrir mão da energia de hidrelétricas. Ela admitiu falhas, mas enfatizou que elas não farão o governo desistir de conciliar geração de energia com preservação ambiental.
Após o discurso, a presidente deu entrevista coletiva para explicar as metas do Brasil para o meio ambiente. Ao ser questionada sobre problemas na construção das hidrelétricas de Belo Monte e de entraves para o leilão da usina de São Luiz do Tapajós, que enfrenta resistência de povos indígena, Dilma disse que o Brasil não está pronto "ainda" para abrir mão da energia de hidrelétricas. Ela admitiu falhas, mas enfatizou que elas não farão o governo desistir de conciliar geração de energia com preservação ambiental.
“O
Brasil não pode abrir mão da hidreletricidade ainda. Ele abrirá
quando ele ocupar o potencial que ele tem para ocupar. Ele terá de
abrir e aí nós estaremos diante dos mesmos desafios que os países
desenvolvidos estão, colocar o que no lugar? Tem gente que coloca no
lugar as fontes físseis [como as de material nuclear]. Eu espero que
até lá tenham desenvolvido mais tanto a solar quanto a eólica”,
disse a presidente.
"Nós
temos feito um imenso esforço para compatibilizar a geração de
energia com a preservação ambiental. Tem falha?Ah, não tenha
dúvida que tem, mas o fato de ter falhas não significa que a gente
vai destruir esse processo, pelo contrário, a gente tem de
reconhecê-las e melhorar. Agora, não se iluda, tem falhas em
qualquer construção de qualquer projeto", concluiu Dilma.
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/meta-do-brasil-e-reduzir-emissao-de-gases-em-43-ate-2030-diz-dilma.html
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